domingo, 29 de março de 2009

Noivas

Romântica - vestido tem que ser ultra feminino, tecidos fluidos, babados, flores, bordados, rendas, decote e transparência

Eu não me casei (ainda), mas acredito que , um sonho para a maioria das mulheres, é entrar com um belo vestido de noiva pela igreja e dizer o tão esperado “Sim”.
A história do vestido está ligada à própria origem do casamento, que surgiu com o objetivo de legalizar uma unidade familiar, seja para a legitimação dos filhos e da herança, o estabelecimento de alianças entre famílias e clãs ou a reunião e troca de bens e riquezas. Por isso, esqueça a visão romântica. Para alguns povos o casamento era um ato mais comercial que de amor. Durante muito tempo, e por sua importância sócio-econômica, foi considerado impróprio deixar os corações falarem mais alto. Já o vestido de noiva tem uma história bem recente.

As informações sobre a história do vestido de noiva começam com a época bíblica, em que os noivos participavam de uma cerimônia religiosa e suas famílias, preparavam-os com banhos especiais e óleos aromáticos.

De início, as cores eram variadas, contanto que os vestidos fossem luxuosos. Até porque o casamento era visto como um arranjo comercial e o vestido da noiva servia justamente para mostrar à sociedade que as famílias tinham posses. "Os vestidos podiam ser de qualquer cor, inclusive muito se usou vermelho em épocas mais remotas, como na Idade Média (entre 476 d.C. e 1453 d.C.) e em culturas diferentes, como no Japão, Índia e China".

Na Roma civilizada, as futuras esposas usavam uma túnica branca e se envolviam com um véu de linho bem delicado na cor púrpura. Nos cabelos, as jovens arrumavam com tranças e o enfeitavam com flores.

Na época bizantina, o vestido de noiva passou a ser voltado à elegância. As noivas casavam-se com seda vermelha bordada em ouro e as tranças no cabelo também eram feitas com ouro, simbolizando o poder. Na Idade Média, o cristianismo no Ocidente trouxe os costumes matrimoniais. O vestido de noiva surgiu nesse período com a função de apresentar à comunidade as posses da família da moça.

Com o passar dos séculos, os vestidos foram modernizando-se, seguindo as tendências da moda. Se antes, eram pesados e volumosos, agora as noivas optam por um tubinho tomara-que-caia. O véu é opcional. A cor branca ainda é a preferida, por simbolizar a pureza. Mas como gosto é pessoal, as noivas também optam por tons de pérola, rosa claro e até mesmo, cores mais fortes como amarelo e vermelho.

O branco foi impulsionado pela Rainha Vitória como nova tendência, embora só se tenha popularizado a partir do século XX. A tradição do vestido de noiva branco começou no século XIX quando a rainha Vitória escolheu um modelo de cetim branco debruado de flores de laranjeira. A tendência espalhou-se rapidamente pela nobreza e pelas mulheres de classe alta. No entanto, a maioria ainda preferia vestidos coloridos, que poderiam ser usados noutras ocasiões.



Estilo Victoriano "vermelho"



Um dos vestidos de noiva mais famosos do mundo foi o que a Lady Diana usou em seu casamento com o príncipe Charles, em 1981, foi criada uma releitura do vestido da Rainha Vitória, em 1840, com inspiração no Romantismo

Somente na década de 20 o vestido de noiva passou a ter a conotação que conhecemos hoje e o branco passou a ser a cor padrão. Ironicamente, esse foi o período que as mulheres começaram a lutar por direitos iguais e a moda sofreu mudanças drásticas, mas a peça tornou-se símbolo da pureza e do ideal romântico do casamento. Até hoje, todos os convidados querem saber como a noiva está vestida e quem criou o seu vestido. Durante décadas, os desfiles de alta-costura terminavam com apresentação de vestidos de noiva e este era sempre o ponto alto


Moderno
Você é contemporânea, ligada nas tendências de moda, quer um vestido que seja realmente original, que tenha um detalhe inusitado, pode ser uma combinação de tecidos ou de texturas, algo que surpreenda


Tomara-que-caia de zibelina com corte evasê - Estola de flores

Outro ícone de estilo casava-se com o futuro presidente do EUA, Jacqueline Bouvier Kennedy escolheu um vestido com os ombros à mostra, de uma estilista pouco conhecida, chamada Anne Lowe. Para o seu segundo casamento, com Aristóteles Onassis, em 68, Jackie usou um vestido criado por Valentino. Em 1996, sua nora, Carolyn Bessette, trouxe Narciso Rodriguez para o mapa da moda quando vestiu um dos seus modelos minimalistas no seu casamento com John Kennedy Jr.

Em 1956, o vestido de casamento de Grace Kelly com o príncipe Rainier de Mônaco, em que a atriz foi considerada uma das noivas mais bonitas de sempre, continua a ser referência de moda e apontado como um dos vestidos mais bonitos.

Curiosidades:

Em 1910 começa-se a usar o branco, não como sinônimo de pureza, mas como expressão de riqueza.

Uma década mais tarde, as noivas libertaram-se e começam a mostrar as pernas com vestidos de linha reta. É o auge do veludo branco.
Em 1930 revive-se o estilo Victoriano com mangas em balã.
Foi nos dourados anos 50 que a moda tinha o selo Christian Dior. O glamour, a fantasia, e o luxo desenfreado inspiraram o traje das noivas.

Na década dos anos 60 viveu-se revolução sexual, as mini-saias estiveram na moda nupcial, flores naturais nos longos cabelos e véus mais curtos.

Em 1970 os casamentos recuperaram a sua importância e em 1980 o traje que simbolizava a riqueza da época era o de Lady Di.
Hoje em dia, os vestidos de casamentos deixam-se influenciar por diferentes correntes, ditadas por estilistas que buscam a sua inspiração nas passarelas de alta costura de Nova York e Paris.


Reto - tubo curto de renda com saiote com barra de musselina de seda removível
Marie Toscano


Corte Sereia , corpete em renda

sexta-feira, 27 de março de 2009

"A Moda muda, o estilo permanece"...

O mundo não seria o mesmo não fosse Coco Chanel, a genial costureira francesa que, com inteligência, talento e espetacular senso de marketing, inventou a mulher moderna. Em matéria de roupa, é claro. Quando Chanel nasceu, mulher elegante tinha de ter formas opulentas, espremer-se em espartilhos sob vestidos volumosos e equilibrar na cabeça chapéus imensos. Quando Chanel morreu, em 1971, aos 88 anos, a madame de classe era magra e suas roupas sóbrias e bem cortadas : "A moda muda, o estilo permanece".
Gabrielle Bonheur Chanel, (Saumur, 19 de agosto de 1883 - Paris, 10 de janeiro de 1971), mais conhecida como Coco Chanel.

De família numerosa: tinha quatro irmãos (dois meninos e duas meninas). O pai, Albert Chanel, era caixeiro-viajante e a mãe, Jeanne Devolle, era doméstica. Depois da morte precoce da mãe, que faleceu de tuberculose, o pai de Chanel ficou com a responsabilidade de tomar conta dos filhos. Devido à profissão de seu pai, Coco e as irmãs foram educadas em um colégio interno, enquanto que os irmãos foram trabalhar numa quinta.

Em 1903, com vinte anos, Gabrielle saiu do colégio e tentou procurar emprego na área do comércio e da dança (como bailarina) e também faz suas tentativas no teatro, onde raramente teve grandes papéis devido à sua estatuta. Vendo, ninguém diria: Coco Chanel era franzina, quadris estreitos, seios pequenos. Compensava com o raciocínio rápido, o olhar ardente, a voz rouca e possivelmente outros atributos, menos publicáveis, que lhe garantiram uma alentada lista de conquistas a vida inteira. O primeiro amante rico, o francês Étienne Balsan, apresentou-a a artistas e cortesãs que se tornariam as divulgadoras iniciais do seu estilo.

Por volta de 1910, na capital parisiense, Coco vai conhecer o grande amor da sua vida: um milionário inglês, o cobiçado playboy Arthur “Boy” Capel, instalou-a em Paris e financiou sua primeira loja. Ajudou-a abrir sua primeira loja de chapéus. A loja Chanel iria se tornar um sucesso e apareceria nas revistas de moda mais famosas de Paris. Com este relacionamento, Chanel aprendeu a freqüentar o meio sofisticado da Cidade Luz. Algum tempo depois, Capel acabou a relação para casar com uma inglesa e meses mais tarde morreu num desastre de carro.

Com este desgosto, Chanel abriu a primeira casa de costura, comercializando também chapéus. Nessa mesma casa, começou a vender roupas esportivas para ir à praia e para montar a cavalo. Pioneira, também inventou as primeiras calças femininas.

Mais adiante, o riquíssimo duque de Westminster a cobriu de jóias e pôs à sua disposição tecelões de primeira. Daí para a frente, o mundo foi de Chanel.

No início dos anos 20, Chanel conheceu e apaixonou-se por um príncipe russo pobre, Dmitri Pavlovich, que tinha fugido com a sua família da Rússia, então União Soviética. A sua relação com Paulovitch a fez desenhar roupas com bordados do folclore russo e, para isso, contratou 20 bordadeiras. Neste período, Chanel conheceu muitas artistas importantes, tais como: Pablo Picasso, Luchino Visconti e Greta Garbo.



As jóias que ganhou de amantes ricos inspiraram a inédita mistura de pedras falsas e verdadeiras ,
surgia a bijuteria fina, um dos produtos de maior sucesso da marca Chanel


Suas roupas vestiram as grandes atrizes de Hollywood, e seu estilo ditava moda em todo o mundo. Além de confecções próprias, desenvolveu perfumes com sua marca. Os seus tailleurs são referência até hoje.

Em 1921, criou o perfume que a iria converter numa grande celebridade por todo mundo, o nº5. O nome referia-se ao seu algarismo da sorte. Depois deste perfume, veio o nº17, mas este não teve o mesmo êxito que o nº5.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Chanel fechou a casa e envolveu-se romanticamente com um oficial alemão. Reabriu-a em 1954.
No final da guerra, os franceses conceituaram este romance mal e deixaram de frequentar a sua casa. Nesta década, Chanel teve portanto dificuldades financeiras. Para manter a casa aberta, começou a vender suas roupas para o outro lado do Atlântico, passando a residir na Suíça.

Devido à morte do ex-presidente norte-americano John Kennedy e à admiração da ex-primeira dama Jackie Kennedy por Chanel, começou a aparecer nas revistas de moda com a criação do seu tailleur . Depois voltou a residir na França.

Faleceu no Hotel Ritz Paris em 1971, onde viveu por anos. O seu funeral foi assistido por centenas de pessoas que levaram as suas roupas em sinal de homenagem.


Chanel é sinônimo de tailleur, o duas-peças em que cada costura é pensada de forma a não impedir os movimentos e que segue reinventado pela grife que mantém seu nome. Outros símbolos: camélia e correntes no pescoço

Os chapéus, que adorava, por sua influência tornaram-se um acessório leve, elegante, fácil de usar. As roupas de tecidos moles e sedutores ganharam corte inteligente (cava alta, para se erguer o braço sem problemas, fita interna na cintura para prender bem a blusa), sem 1 centímetro a mais de tecido. Das mãos de Chanel – que nunca desenhou nada e trabalhava direto no tecido, sentada no chão, a boca cheia de alfinetes – saíram o tal "pretinho básico", que a revista Vogue batizou de "Ford dos vestidos" porque todas as mulheres iam ter um, e o célebre tailleur: saia, casaquinho com arremate trançado e bolsinhos. A mais perfeita modelo de Chanel era Chanel, a imagem da mulher moderna: esbelta, sem espartilho, cabelo curto, rosto bronzeado. Suas idéias tinham a simplicidade do gênio. Friorenta, adotou peles no forro e nos detalhes de seus modelos e casacos com grandes bolsos. Pôs uma correntinha na bolsa e a pendurou no ombro, para facilitar. Sucesso mundial. Em suas mãos, a calça comprida virou uma roupa feminina e chique – ela mesma foi uma das primeiras a usar calças largas, tipo "pijama", em festas e jantares finos.

Chanel fez a mulher ficar magra, já que gorduchas nunca couberam bem em suas criações. Cobrava muito dinheiro por um tailleur, mas, num tempo em que a pirataria ainda não era uma dor de cabeça planetária, orgulhava-se de ver seus modelos copiados mundo afora. Também foi por sua obra e graça que os acessórios saíram dos fundos das lojas para a área nobre das vitrines. Nos anos difíceis do pós-guerra, foi com perfumes, luvas e camélias estilizadas – flor que virou marca registrada – que Chanel se sustentou.

"Uma revolução" – Chanel nunca se casou, nem teve filhos, foi amiga de gente famosa, como Pablo Picasso, Igor Stravinski, Jean Cocteau e Winston Churchill – que deu um jeitinho para que não fosse presa no fim da II Guerra, por haver passado os anos de ocupação de Paris instalada no hotel Ritz com o amante, um barão alemão. Não escapou do ostracismo, do qual só saiu em 1954 com um grande desfile. A Europa torceu o nariz, mas a imprensa de moda americana adorou. No ano seguinte, a revista Life decretaria: "Ela está influenciando tudo. Aos 71 anos, está trazendo mais que um estilo – uma revolução". Era a insuportável mademoiselle, de volta à velha mas muito moderna forma que marcou sua vida e a de quase todas as mulheres do mundo.



Os sapatos bicolores sempre foram os favoritos de Chanel


A bolsa a tiracolo foi feita para livrar a mão da mulher, praticidade juntou-se
o charme da corrente dourada e do matelassê




Em 1921, fez-se o Chanel nº 5, primeiro perfume a ter frasco sem adornos e a levar o nome de sua criadora.
É ainda hoje o mais vendido do mundo


"A era Chanel"
Edmonde Charles-Roux
Tradução: Paulo Neves
Quarta capa: Constanza Pascolato
Um dos maiores ícones da moda no século XX, Chanel (1883-1971) sempre se distinguiu por uma postura modernista e radicalmente inovadora. Em tempos de mulheres submissas, ela era a própria personificação da modernidade, relacionando-se intimamente com a vanguarda intelectual e artística de sua época. O sucesso de Chanel foi imenso: seu reinado sobre o mundo da alta-costura durou cerca de meio século. Entender o poder da imagem foi seu maior mérito. Com um estilo incomparável, era apaixonada pelo discreto charme do guarda-roupa masculino e inovou ao usar tecidos utilitários para fazer roupas chiques, jovens e casuais. Como mulher de negócios, provou ser igual ou superior aos homens. Porém, se a moda esteve no centro de toda sua vida, no amor era uma mulher vulnerável. Mais que um belo relato sobre uma vida e uma obra extraordinárias, este é um livro fascinante, que registra em cerca de quatrocentas fotografias, retratos e desenhos, a trajetória da maior personagem da moda de todos os tempos.


Algumas frases marcantes :
“Não gosto que falem da moda Chanel.Chanel é antes de tudo um estilo.A moda sai de moda, o estilo, jamais.”
“O luxo não é o contrário da pobreza, mas da vulgaridade.”
“Uma mulher sem perfume é uma mulher sem futuro.”Coco Chanel

Após terem passado tantos anos do seu reinado na moda, podemos verificar que o estilo Chanel não morreu, ele permanece nos cabelos, sapatos, roupas, marcando território entre as mulheres que desejam ser discretas, elegantes e acima de tudo, clássicas.

quarta-feira, 25 de março de 2009

O eterno Xadrez


O tecido xadrez foi criado por proprietários de terras na Escócia, durante o século XIX, como alternativa para o tartã, considerado inadequado ao uso diário ou ao trabalho. Durante o século XX, foi usado, a princípio, somente em ternos e casacos masculinos, mas logo tornou-se popular para as mulheres em costumes, mantôs, xales, saias, vestidos e na década de 60 também passou a ser usado em calças femininas.

É também oitocentista o surgimento na Índia de um padrão autenticamente anglo-indiano: inspirados pelos xadrezes escoceses e britânicos, os indianos misturaram fios tingidos em azul (com índigo) e amarelo (com curcuma) produzindo um policromático quadriculado em sobreposição, e tudo isso aconteceu na cidade indiana de Madras, que deu seu nome a esse padrão, o xadrez madras. Hoje ele é produzido com uma variedade imensa de cores.

Tartã é o nome de um tecido de lã de trama fechada, gramatura leve e possui padrões diferentes usados para identificar os clãs da Escócia. O tecido possui listras diferentes que se cruzam criando desenhos em xadrez de várias larguras. Na Idade Média era colorido com pigmentos naturais de amoras, morangos e framboesas.

Por volta de 1703, os clãs passaram a empregar a estampa xadrez, para distinguir as suas famílias. Cada uma delas criou o seu tartã para diferentes ocasiões : celebrações, caçar, trabalhar e até mesmo para namorar.

Na década de 40, frequentemente a rainha Vitória fazia visitas a sua propriedade em Balmoral, na Escócia, e isso incentivou a moda de roupas de tartã, já que o uso era apropriado para datas comemorativas. Após a Segunda Guerra Mundial os kilts e saias de tartã tornaram-se populares.

No início do século XX começam a surgir os primeiros xadrezes de composição, ou seja, desenhados. Esse tipo de xadrez não resulta da sobreposição cruzada de listras, mas da repetição do quadrado. O xadrez de Vichy é um bom exemplo desse rapport quadriculado, sendo originalmente feito apenas em preto-e-branco nessa cidade francesa, desde meados do século XIX. Ainda no tear vemos novo xadrez nascer, no entrelaçamento dos fios de trama com os do urdume, produzindo uma espécie de desenho em gancho, o famoso pied-de-poule (pé-de-galinha em francês). Seu nome se deve ao formato em pontas parecido com os pés de uma ave. Quando o padrão é executado em desenho ampliado recebe o nome de pied-de-coq (pé-de-galo).
Foi esse xadrez que a revolucionária Coco Chanel levou para as roupas femininas na década de 30, quando essa padronagem era considerada absolutamente masculina. Chanel também inovou lançando uma coleção de bolsas e meias com estampas de tartans escoceses em plena Segunda Guerra. Coco Chanel transformou o pied-de-poule em sinônimo de moderno no xadrez.
Coco Chanel



pied-de-poule


Foi Coco Chanel que trouxe para o guarda roupa feminino, roupas elegantes e confortáveis no padrão tartã. Na década de 70, com o surgimento dos punks o xadrez foi usado como detalhes e tinha a intenção de ironizar e romper com os ícones culturais, exigindo mudanças sociais e comportamentais. Nos anos 80 vários estilistas famosos lançaram calças nessa padronagem, entre eles a inglesa Vivienne Eastwood.

Esse padrão estará mais comum na versão P/B (preto e branco) e continuará com força total para o Inverno 2009.

O xadrez tartã mostra a que veio e tomou conta de vários desfiles internacionais, em meio a várias padronagens e tecidos, tais como: príncipe de galles, risca de giz, veludos, tweeds, lãs feltradas e escovadas, couros, rendas, bouclês, etc.

Dentre os xadrezes compostos, o chessterfield é também um clássico com suas inspirações decô, e ainda hoje é muito utilizado em várias versões, principalmente em forrações. Nos anos 20 o pintor holandês Piet Mondrian desconstruiu o xadrez em sua magnífica obra neoplasticista, influenciando todo o design e arte decorativa, industrial e publicitária posteriores. Pois é, esse simpático padrão tem uma história que fascina, cheia de aventuras, dramas e talentos, sendo o xadrez verdadeiro labirinto de quadrados, um mantra geométrico dessas quatro partes.


Modelo em tafetá by Bianca Marques


Galocha em xadrez pied-de-poule






Use em saias-calças, tops e até paletós para um toque bem-humorado.
Evite em locais de maior volume.
Geralmente aumentam a silhueta.
Misture xadrez com outras estampas ou em mix de diversos xadrezes.
Proibido usar a mesma estampa em overdose.
Se estiver na calça, evite na blusa.
Parceiro número um dos jeans e das botas.
Fonte: Revista Elle/Manequim

domingo, 22 de março de 2009

Tendências Outono/Inverno 2009

Para os calçados femininos, diversas tendências podem ser acompanhadas nos lançamentos internacionais nos principais pólos mundiais da moda, isso sem dúvida foi um ótimo combustível e trouxe muitas inspirações aos nossos designers, que deverão surpreender o público feminino, devido às diversidades de estilos, ousadia e grande desenvoltura de suas criações. Devido a tudo isto, fica difícil apontar uma tendência predominante, quando num passado recente era fácil dizer que está ou aquela coleção buscou inspiração em determinada época.

Claramente a ditadura rígida da moda não se aplica mais, ou pelo menos, não há esta coleção, pois há uma ampla variedade de estilos, como por exemplo: saltos (altura, volume e forma), cores (frias e quentes), texturas (lisas, foscas, brilhantes e porosas), metais (foscos, polidos, níquel e dourados) etc.

Diante desta grande diversidade, podemos destacar como grande vedete da estação o "Couro", este em seus diversos acabamentos e texturas.

Tradicionalmente o inverno requer modelos abotinados, uma vez que intenção é proteger contra o frio, logo as botas ganham destaque e seus canos variações nas alturas, porém com um visual mais clean do que em coleções passadas, modelos como scarpin, sandálias-botas ou botas abertas, sapatilhas ballerinas e os sapatos bonecas serão certamente encontrados neste inverno.

As formas estão mais curtas e com bicos arredondados, embora o bico fino ainda demonstre sua força, ele está mais curto.

Clássica

Cores: preto, cinzas aço e polido, chumbo, ferro e ferro polido, preto aveludado, os azuis royal e marinho, preto noite, vermelho vivo, rosa, amarelo esverdeado e o verde fluorescente.

Materiais: foscos como a camurça com aspecto empoeirados em contraste com efeitos perolizados, verniz, texturizados como : croco, cobra e outros répteis. Não podendo ser deixado de lado o cetim.

Saltos: altos e finos ou meio finos, redondos ou arredondados. Geralmente acima de 7 ou 8cm.

Metais: polidos ou cromados escurecidos.

Ornamentos: materiais sobrepostos em contraste de cores ou texturas e faixas largas.



Stiletto Squared
Miu Miu



Prada



GVD Faschion

Casual

Cores: entre elas o branco, neve, verde, bege e vinho acinzentados, cinza esverdeado, golfinho e antrocite, verde amarelado, rosa bombom, perolizado e o alumínio polido.

Materiais: transparências ou efeitos que causem esta impressão, os couros vegetais altamente macios e com acabamento natural, podendo também ser brilhante, laqueado, metalizado ou com feitos espelho.

Saltos: alto ou médio de volume maior, com o surgimento de cepas e anabelas.

Metais: foscos, como aço escovado.

Ornamentos: básicos, como fivelas em metal ou encapadas .

Christian Dior

Cavage


Street

Cores: amarelo acinzentado, gergelim, verde musgo, terrosos tabaco, chocolate e cobre, âmbar, vermelho, vinho, rosa antigo e os cinzas fumaça e cromo.

Materiais: transmitem a sensação futurista, por meio de desenhos florais ou arabescos e formas geométricas em relevos ou estampas e tecidos sintéticos.

Metais: efeitos tecnológicos e lúcidos.

Ornamentos: materiais sobrepostos, desenhos, bordados e entrelaços.


sexta-feira, 20 de março de 2009

A Baiana estilizada que virou Moda


Maria do Carmo Miranda da Cunha nasceu em Portugal (9/2/1909), veio ainda criança para o Brasil e, ao se instalar na cidade do Rio de Janeiro, no bairro da Lapa, logo ganhou um novo nome: Carmen, referência à ópera de Bizet, uma das paixões de seu pai.
Com o passar do tempo, sua carreira artística transcorreu no Brasil e Estados Unidos entre as décadas de 1930 a 1950. Trabalhou no rádio, no teatro de revista, no cinema e na televisão. Chegou a receber o maior salário até então pago a uma mulher nos Estados Unidos. Seu estilo eclético faz com que seja considerada precursora do tropicalismo, movimento cultural brasileiro surgido no final da década de 1960.

O talento para a música começou a se manifestar e não demorou muito para que ela ficasse conhecida em todo o país. “Carmen não era apenas uma intérprete. Ela fazia um espetáculo inteiro acontecer, além de ser muito autêntica. Tudo isso nos anos 1930 e 1940, em que a moda estava contida, mais séria”, afirma João Braga, professor de história da moda, da Faap.

O que é que a baiana tem? A originalidade da artista ia além da sua voz e do seu jeito de cantar inconfundível. A baiana estilizada virou sua marca registrada, além de inspiração para os estilistas até os dias de hoje.

“Foi ela quem criou as plataformas, que podem ser vistas atualmente entre as tendências de moda”, lembra Paulo Borges, diretor do SPFW, evento que homenageou a cantora em sua última edição.

Sandálias: dessas sandálias, ela tinha cerca de 500 pares, todas customizadas e altíssimas.

Turbante: decorado também é outro acessório marcante da diva. Visionária, vaidosa e com pouco mais de 1,50 m de altura, ela fazia dos seus apetrechos aliados para ganhar alguns centímetros a mais e fazer o público grudar os olhos no palco.

Pulseiras : grossas, finas, coloridas e metalizadas com os colares de bolas também eram essenciais para o figurino de Carmen, pois ajudavam a ampliar os seus movimentos ao dançar.

Com bastante sucesso por aqui, ela ampliou sua carreira para o cinema e acabou sendo assediada por Hollywood, onde atuou em mais de uma dezena de filmes e se consagrou como estrela internacional. Nos Estados Unidos, ela também participou de grandes espetáculos musicais e, em 1940, fez uma apresentação para o presidente Franklin D. Roosevelt durante um banquete na Casa Branca. Foi também no exterior que a portuguesa mais brasileira de todos os tempos faleceu em agosto de 1955, aos 46 anos, vítima de um ataque cardíaco fulminante.

Sinônimo de brasilidade e referência de moda, “Ela conseguiu criar uma identidade brasileira ao misturar elementos sensuais, como o bustiê e os quadris marcados, com o exagero dos bordados e de seus gestos. A própria Carmen, inclusive, costurava suas peças”, afirma João Braga, historiador de moda. “O exagero do barroco está na essência do brasileiro e ela trazia isso em sua imagem. Foi ela quem criou uma identidade para o Brasil lá fora, de alegria e de descontração”, diz João.

A baiana estilizada de Carmen Miranda já serviu de inspiração para vários estilistas. No São Paulo Fashion Week, ela foi o tema da edição, que trouxe uma exposição com objetos e figurinos da cantora. “Com o seu visual, ela fez o mundo reconhecer o Brasil como o país da alegria”, acredita Paulo Borges, diretor do evento.

Museu Carmen Miranda Localizado no Rio de Janeiro, o espaço possui cerca de 3 mil peças de acervo, em sua maioria pertences pessoais da artista, doados pela família. Traz também coleção de indumentária, com figurinos de filmes, bijuterias, sapatos, turbantes e outros balangandãs. Entre os destaques, está a saia usada em seu show de estréia na Broadway, o turbante do seu casamento e alguns trajes completos de shows.
Av. Rui Barbosa, s/n - Flamengo - telefone (21) 2334-4293 - horário de funcionamento 3ª a 6ª feira, das 11h às 17h Sábado das 13h às 17h - entrada franca
Fonte: Revista Manequim

quinta-feira, 19 de março de 2009

Um dos tecidos mais antigos da Humanidade

O linho é uma planta herbácea que chega a atingir um metro de altura e pertence à família das lináceas. Abrange um certo número de subespécies, integradas por botânicos com o nome de Linum usitatissimum L.. Compõe-se basicamente de uma substância fibrosa, da qual se extraem as fibras longas para a fabricação de tecidos e de uma substância lenhosa. Produz sementes oleaginosas e a sua farinha é utilizada para cataplasmas de papas, usada para fins medicinais.

Não se conhece a data e o local em que o homem utilizou pela primeira vez as fibras flexíveis do linho para confeccionar tecido, nem quando a planta começou a ser cultivada. Desde 2500 anos a.C. o linho era cultivado no Egito, e o Livro de Moisés refere-se à perda de uma colheita de linho como uma “praga” ou desgraça, tal a sua importância na vida das populações. O linho vem também mencionado no Antigo Testamento. As cortinas e o Véu do Tabernáculo e as Vestes de Arão como oficiante eram em “linho fino retorcido”. A túnica de Cristo era de linho sem costuras.
A planta aparece, posteriormente, em certas regiões da Grécia Continental – onde o linho foi igualmente um dos mais importantes têxteis.

Encontram-se hoje em dia quase exclusivamente na Europa. A Bélgica e os Países Baixos fornecem as melhores qualidades de linho. Qualidades insuperáveis obtêm-se na Bélgica, na região do rio Lys, como o linho Courtai. Países produtores quanto ao volume: França, Polônia, Bélgica, Países Baixos, antiga Tchecoslováquia e Romênia.
Muito mais forte e resistente que a fibra de algodão, o linho tem alto poder absorção e tingimento, porém, amassa com facilidade.

A Europa é o principal produtor de linho, sendo a Bélgica o país que produz o de melhor qualidade.O cultivo, assim como o processo de produção da fibra é muito caro, o que faz com que o tecido tenha um custo elevado. Para solucionar esse problema as Indústrias Têxteis produzem a fibra de linho misturada a outras fibras tais como: o algodão , viscose e rami, sem perder as suas características, além disso o linho recebe um banho de resina, dando a ele um aspecto de encerado que faz com que o tecido amasse menos.

Durante o século XIX, foi utilizado para a confecção de roupas íntimas e só á partir do século XX , tornou-se popular para blusas, paletós, saias, calças e outras peças do vestuário.





No Brasil, na década de 80, o puro linho Braspérola ganhou novas tramas, cores e estampas. Alice Tapajós e Andréa Saletto explodiram nas passarelas e fizeram um enorme sucesso na moda brasileira, agradando principalmente as executivas. O estilista Georges Henri também foi eleito e citado nas colunas sociais da época.
Já a Indústria Têxtil Carambeí trabalhava com fibras mistas: linho e rami para confecção de roupas (uma indústria que transformava o rami, fibra vegetal rústica, em material nobre, semelhante ao linho). Também inovaram com revestimento de paredes (Carambient), o primeiro no gênero feito com fibras vegetais.


Na Europa a febre do linho já começou, quem faz a moda terá que arriscar e quem quer estar na moda vale á pena esperar pra ver e usar!






Tecidos de linho puro, misto para decoração e roupas

Com 56 anos de tradição no mercado têxtil, o Linifício LESLIE iniciou suas atividades direcionadas à fabricação de linho para vestuário masculino.
Com fio importado da França, o tecido era fabricado no Brasil. Algum tempo depois, através de investimentos em modernização de maquinário, a empresa incorporou mais uma etapa da fabricação do linho em suas próprias instalações, a fiação, abrangendo assim, toda a produção do tecido. No final dos anos 50, a Leslie optou pela não dependência de fornecedores de fibra, sua principal matéria prima, extraída da planta Linum Usitatissimum de origem estrangeira.
Iniciou o cultivo de linho em terras próprias, localizadas em Santa Catarina. Dessa forma, manteve o suprimento exclusivo de fibra nacional até meados dos anos 90, quando as importações ficaram mais fáceis. (Leia matéria completa no site Texbrasil).



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